O projeto de Macron esgotou-se e leva a União Europeia a jogar as suas fichas num projeto que a vai pôr em causa. A França está a semear o perigo.
A França é o centro da história política europeia desde 1789. Ao longo de mais de 200 anos, as suas disputas marcaram o ritmo do continente: a revolução e depois as guerras napoleónicas, as convulsões anti-absolutistas do meio do século XIX, a Comuna de Paris, a Frente Popular, a resistência, o Maio de 68, o Programa Comum das esquerdas. O país situou-se no vértice do conflito com a Prússia e, no século passado, nas duas guerras mundiais. De França vieram muitas das ideias, alguma da cultura e não raras das ambições modernizadoras que fazem as cores do mundo contemporâneo. Os outros dois polos europeus, a Alemanha e o Reino Unido, desafiaram, entre alianças e conflitos, esta matriz. E por vezes triunfaram, como na economia, o que não é pouco, mas nenhum deles tem tido a mesma influência nas ideias políticas que desenham o nosso mapa. Por isso, a desagregação do regime francês é tão marcante, à esquerda como à direita.
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